sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O que me lembro do GFM

Estudei no Ginásio Feminino de Macapá GFM, no período de 1971 a 1974. Antes Escola Doméstica, hoje Escola Santina Rioli, somam-se 60 anos de história que neste dia 30 de setembro é comemorado com muitas atividades. Achei que conseguiria listar 60 lembranças do meu tempo de estudante do GFM, mas só consegui a metade!

1- Eu lembro que não me lembro do meu primeiro dia de aula;
2- Da Profa. Maria do Céu, nos fazendo aprender de cor e recitar o poema Navio Negreiro, coisa que eu sei até hoje;
3- Da profa. Corila, considerada muito brava e o terrível apelido de Gorila. Professora, também era bulygnada; rs
4- Dos ensaios e apresentação da peça, A Revolta dos Brinquedos, grupo de teatro dirigido pela irmã Elvira Buyatti;
5- Da Cleocinei, a colega que fazia o papel de bruxinha, que tinha um nódulo próximo ao olho;

6- Do presente que ganhei da professora de Técnicas de Enfermagem. Ela me tirou no amigo secreto e me deu um estojinho com escova, pente e espelho cor de rosa. Era uma novidade, não vendia em Macapá. Fiquei fascinada e envaidecida com o presente que causou inveja nas colegas;
7- Do cheiro das árvores de eucalipto do quintal da escola;
8- Da imagem de Nossa Senhora Menina na capela da escola. A imagem me impressionava pelos olhos que pareciam ser de verdade, e pelo fio dourado das vestes brancas;
9- Da apresentação teatralizada da Profa. Lucimar Brabo Alves nos ensinando a usar o verbo querer: eu quisera ser Rui Barbosa!
10- Do meu grupo de estudos: Sônia, Marlene, Helenilda Torres, Rosilene e Janete Silva;

11- Da Irmã Carmem, toda assanhada: - nosso marido chegou! dizia ela, pra avisar p/ a profa. Romana que o marido dela chegara;
12- Do alvoroço que causava nas meninas, quando meu primo Eden Martins, passava montado na motocicleta da PM!
13- Da Ofélia Anaice a loira que encarnou a Boneca na peça A Revolta dos Brinquedos;
14- Da caderneta, com as notas escritas em tinta azul e vermelha;
15- Das aulas de artes domésticas: corte costura. Posso não saber costurar, mas sei como se faz!

16- Da aula de culinária, aprendi a fazer torta de coco;
17- Na aula de pintura em vidro me sai melhor. Fiz uma linda pintura num vidro que seria o fundo de uma bandeja. Empolgada, levei para finalizar em casa e deixei cair pela fresta, foi parar debaixo do assoalho;
18- Do uniforme de blusa branca, saia caqui pregueadas, suadeira, gravatinha, e meia no meio da canela.
19- Do quarto ano, o primeiro no turno noturno e a preocupação das Irmãs, que iam nos buscar na porta do circo na Pça. da Conceição;
20- Da aula de educação física e o ensaio da dança do coco;

21- Do piquenique que fazíamos no quintal do Ginásio, o cardápio era donzela e guaraná;

22- Das aulas de bordado. Logo vi que não levava muito jeito pra coisa.
23- Dos livros que usávamos, emprestados do primo Tinto (Vasco);
24- D. Dona Maria, a tacacazeira da esquina;
25- Da Margarida, que num dia de fúria foi dar sopapos numa menina lá fora!

26- Da curiosidade que tínhamos, sobre a parte do colégio, que era a moradia das irmãs; território proibido. E cheiro de cebola, que vinha da cozinha e chegava aos corredores da escola;
27- De uma colega que morava na Vila das Oliveiras, naquela época o lugar mais longe do meu mundo;
28- Da Georgeth Borges, que enrolava as meias e o cós da saia, contrariando irmã Elvira, a Diretora. Um dia foi com a meia cortada na altura do tornozelo, pegou suspensão.
29- Do dia em que jogando queimada, sem querer, quase arranco o turbante da Irmã Odete;
30- Da solenidade de formatura, sem pompas, sem convites e festas cheias de quinquilharias das festas atuais. A única coisa que me faz falta é uma foto em que estejam: Carmem Silvia, Edileuza, Eliana de Nazaré, Helenilda Torres, Luna, Elizete Façanha, Raimundinha, Socorro, Zuleide e as irmãs Raimunda e Sebastiana Gaia; Carmem Luiza e Ma. da Conceição da Luz; Nira e Reni, e eu e minha irmã Rosany, as ginasianas que fizeram parte da minha história com o GFM , nos anos 70.

domingo, 11 de setembro de 2011

Recife: duas décadas antes

          Meu coração andou por Recife, no período de 1ª 7 de setembro 2011, para participar de dois eventos o I Colóquio de Professores, Pesquisadores e Estudantes de Educomunicação e do XXXIV Congresso Intercom .

Fonte: http://alineberto1.blogspot.com
      A primeira vez que fui a Recife já não sei dizer em que ano foi, mas com certeza foi na década de 80. Eu trabalhava no SERPRO em Belém. O presidente da empresa, estava fazendo reunião em todas as regionais, mas não sei porque, resolveu não vir mais ao Norte e pediu que a assessora de Comunicação da 2ª. URO fosse ao Nordeste. Foi uma viagem vapt-vupt.
          Lembro que cheguei no inicio da tarde e fui para uma pousada no bairro Casa Amarela. Depois de descontar o sono atrasado da madrugada fui à procura de um salão e sofri nas mãos de um cabeleireiro tentando escovar meus cabelos não relaxados.
          No dia seguinte passei o dia em reunião no SERPRO, em companhia da Márcia Aciolly que era a assessora da 4ª. URO . As demais lembranças são vagas:
Foto: Pedro Valadares. Fonte: Flick
          Não lembro porque mudei da pousada para um hotel em Olinda, onde já cheguei a noite. Nem se fui mesmo comer tapioca na praça que alguém (quem, meu Deus?) convidou. Mas lembro que no dia seguinte ao descer para o café da manhã, vi o mar pela janela do hotel.
          Também lembro que esqueci na pousada um vestido, que eu comprara especialmente para a viagem. Telefonei para lá, mas disseram que o vestido não fora encontrado. Que raiva me deu!
          Em Recife eu não conhecia ninguém, tinha um contato com o Professor Paulo Ponce de Leon Filho, médico veterinário e poeta recifense, com quem eu trocava correspondência, desde que ele me escrevera, em razão de uma reportagem minha que saiu na Revista Tema, publicada pelo Serpro, da qual eu era correspondente. Telefonei mas não consegui marcar uma visita.
          Só viajaria à noite, sai do hotel e fui para o aeroporto onde deixei a mala no malex e, acreditando na recomendação, que para se conhecer uma cidade deve-se visitar uma feira e,ou andar de ônibus; peguei um coletivo. Minha meta era ver o mar.
          Numa época em que não existia notebook, nem google maps, eu não tinha a mínima ideia de que estava muito mais perto do mar do que imaginava. O ônibus rodou pela cidade, entre aquele paredão de concreto de centenas de edifícios. Eu tinha a esperança de que uma hora o ônibus passaria na beira-mar e eu daria o sinal para parar. Mas agora sei que até hoje, nenhum coletivo passa na beira mar!

          Fui parar no centro da cidade. Mal desci e comecei a caminhar por uma rua estreita, três pivetes vieram em minha direção e num sotaque típico da cidade um falou apontando o canivete que tinha na mão: - me dê a bolsa se não lhe furo!

          Fiei-me nas minhas longas pernas e corri, entrei num pequeno comércio, relatei o acontecido ao homem no balcão, ele me recomendou ir embora, dizendo ser mesmo perigoso. Era um pouco mais de 4 horas da tarde. Pequei um táxi e voltei para o aeroporto sem ter visto o mar.

          Mais de 20 anos depois, de volta a Recife , mas essa é outra história. Recife duas décadas antes depois! Aguarde!