terça-feira, 25 de outubro de 2011

Jornalista Científica

Em São José dos Campos (SP) no dia 08 de outubro de 2011, passei a régua numa história que começou assim:

Apresentação para a Banca , almoço no Restaurante Refúgio e curtindo a companhia da amiga Lú e sua linda Lelena
APRESENTAÇÃO
 (texto de apresentação da minha monografia de especialização em Jornalismo Cientifico pela UniVap)

          Quando ingressamos no Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Pará, no longínquo ano de 1979 tínhamos apenas uma idéia na cabeça: a formação em Jornalismo. Na primeira aula de Teoria da Comunicação, um professor com formação em Arquitetura traçou um quadro tão tenebroso para o exercicio da profissão, que desisti. Resolvi apostar no que sempre ouvira desde criança: que eu tinha bom texto, era criativa e sabia desenhar! Três qualidades que poderiam fazer de mim uma publicitária.

          Publicitária sem nunca ter efetivamente exercido a profissão (embora por várias vezes reconheça sua presença em algumas atividades que desenvolvo) desde a experiência como estagiária, trilhamos o caminho do Jornalismo. Nas voltas que o mundo dá, e negando a visão limitada do professor arquiteto, a trajetória profissonal desenvolvida desde então só tem demonstrado as possibilidades que a Ciência da Comunicação nos proporciona: de assessora de comunicação, com forte atuação em Relações Públicas interna no Serpro (até 1989) à pesquisadora em Comunicação e Transferência de Tecnologias na Embrapa Rondônia (desde 1989).
           Esta atuação profissional na Embrapa nos aproximou do mundo rural e tornou mais clara a importância da comunicação da ciência, ao cursar o mestrado em Extensão Rural (UFV - 2000). Mas o jornalismo, não saiu de mim. Assim, em 2010, 28 anos após a primeira graduação, concluimos, pela UNIRON (Porto Velho, RO) a segunda habilitação em Comunicação Social, desta vez o Jornalismo. A especialização em Jornalismo Científico, iniciada simultaneamente com o final da graduação em Jornalismo, foi quase uma consequência lógica das inquietações surgidas nestes anos de atuação profissional em uma instituição de pesquisa agropecuária.
          Assim, impulsionada pela sede de conhecimento e pela vontade de, por meio da pesquisa em comunicação, buscar soluções para problemas identificados nessa área, temos experimentado as possibilidades de, pela interação comunicação e educação, atuar no campo da divulgação científica, que passamos a denominar educomunicação científica. Da experiência em buscar alternativas de comunicação com produtores rurais, na maioria das vezes não letrados, foi que ingressamos no caminho da educomunicação e nele temos nos dedicado a estudar a produção de informação para popularizar ciência, não só pela via midiatica, mas também em atividades grupais comunitárias.
          Neste trabalho, quando colocamos como problema de pesquisa a questão “como?” interagiram os atores sociais na produção de informação para divulgar resultados de pesquisas que são soluções tecnológicas para problemas ambientais, não construimos hipóteses, porque como membro da equipe do projeto que deu origem à questão, não fizemos registros pontuais da interação ocorrida no momento do contrato de comunicação. Mas as respostas obtidas são reveladoras de pequenos tesouros.
          Sempre trabalhamos na perspectiva dialógica de Paulo Freire e, ao nos propormos responder a questão problema sob a ótica da interação discursiva, da análise do discurso, mergulhamos em mares nunca dantes navegado: o Dialogismo de Bakhtin. Um desafio e tanto para uma cabocla nascida às margens do Rio Amazonas, no Amapá, mas que nunca aprendeu a nadar, mas nem por isso deixa de ensaiar mergulhos.
          Espero que, ao mergulhar na leitura deste trabalho, os leitores encontrem alguns tesouros que os mares sempre nos oferecem.
Vânia Beatriz

PS: Quando a versão final da monografia estiver disponivel, colocarei o link aqui.