Certa vez em um debate-papo com minhas PUF amigas , uma delas contou de alguns perrengues que estava passando, e que aprendera a não se lamentar , depois que ouvira uma entrevista com a novelista Gloria Perez, no programa Saia Justa. Quando perguntada sobre o seu câncer, Glória respondeu, tem coisa bem pior. Imagino que para a autora, bem pior foi ter sofrido a dor de perder a filha ainda jovem e brutalmente assassinada.

Ainda na linha do "bem pior". As três colegas são todas originárias do sertão nordestino (RN, BA, PB). Na hora do jantar o assunto em pauta foram histórias em comum da vida de cada uma: o machismo da cultura nordestina, os "carinhos" paternos = surras por qualquer coisa, que chegavam ao requinte de crueldade. Mesmo assim elas diziam entender os pais ( o pai principalmente) e os amar. Só a mais nova, manifestou revolta, mesmo não tendo sido da geração que levou grandes surras, mas as que levou marcaram, e foi SÓ por desobedecer o "toque de recolher" do pai, ou porque, aos 11 anos, tombando de sono na madrugada carregando uma tina na cabeça, tropeçou e caiu com a tina e toda a ração para o gado.
Um delas contou que quando foi para a Universidade em Campina Grande-PB, ao ver pela 1a. vez o bandejão do RU cheio de comida, ela não conseguia comer só chorava lembrando dos irmãos que ficaram lá no sertão e não sabiam o que era aquilo. Naquela noite, ouvi cada história dessas mulheres, que eu só pude pensar que a minha infância pobre não foi nada perto do que elas viveram. Aparentemente, a delas foi bem pior!
"Tem coisa bem pior" , me fez lembrar da Flay, que sufoca a Ana Lulu com seus excessivos carinhos, até fazê-la chorar. Justifica:
ResponderExcluir"Isto é pra esta menina aprender que na vida, nada é tão ruim, que não possa ficar pior". Vê lá se tem cabimento?!!