terça-feira, 19 de julho de 2011

Minha história com a Nestlê

* Texto escrito originalmente em julho de 2001, para participar de um concurso cultural da Nestlê.

           Nasci no meio do mundo, em Macapá, na latitude Zero da Linha do Equador. Este é o começo da minha história de vida, que já dura mais de 40 anos. Não é fácil saber qual é a nossa primeira recordação, mas penso que ela está ligada a uma grande emoção, seja ela boa ou não.
       Recentemente, quando visitei o Museu do Catetinho em Brasília, me emocionei ao ver ali, no armário da cozinha, uma réplica da lata de leite Ninho, com o mesmo rótulo da minha infância. Porém, quando penso na mais remota lembrança da minha história com a Nestlé, me vem à mente imagens, que marcaram diferentes épocas de minha vida.
     
            Uma delas é a lembrança de meu pai juntando latas de leite Ninho , para reproduzir uma foto que já vira em um calendário: um bebê deitado diante de uma pirâmide de latas de leite. Mas lembro também dos momentos de dificuldades financeiras, fato comum nas famílias pobres (ou remediada , com dizia minha a vizinha se reconhecendo muito mais pobre)  e numerosas como a minha.
Minha irmã Rilda
 Sou a segunda de uma família de oito irmãos, minha mãe trabalhava como auxiliar de enfermagem na maternidade, a maior parte do tempo ficávamos por conta da Raimunda, uma empregada, que não era nem feia disso, nem boa daquilo, mas era muito rígida e nos impunha castigos por mau comportamento. Aos seis anos de idade já ajudava no cuidado com os irmãos menores.
         Quando a caçula nasceu, fui encarregada de dar-lhe a papinha depois do banho matinal. Raimunda amassava, num pratinho esmaltado decorado com flores, bananas com colheradas de leite em pó e Farinha Láctea Nestlé. Era uma rotina diária, que eu fazia com o maior prazer e algum temor, isto porque, assim que ela virava as costas, desafiando ao perigo de desobedecê-la, eu pegava furtivamente a lata e acrescentava Farinha Láctea ao prato, uma adição que me permitia uma deliciosa divisão: uma colherada na boca de minha irmã e outra na minha.

Atualizando: Nos dias de hoje, com tantos aditivos ( fortificantes) o leite Ninho não tem mais o mesmo sabor da infância, mas comer banana amassada com o garfo, adicionada uma generosa quantidade de leite em pó, ainda é a minha  sobremesa preferida.

Um comentário:

  1. Mana, da Nestlê o que eu gosto mesmo é do creme de leite. É com prazer que eu saboreio o creme de leite, adicionado uma fina nuvem de açúcar e farinha de tapioca. Pense o quanto é bom!Claro que é mui calórico, mas é booommm!!

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