domingo, 24 de julho de 2011

Um mergulho Entre Rios: foi show!

Zezinho, Patricia, Augusto, Bado , juntos com Mata Cria
Um encontro entre os rios Madeira e Amazonas aconteceu no sábado (23/jul) no palco do Teatro1 do SESC-Rondônia em Porto Velho. Abrindo a  Mostra Sesc Amazônia das Artes  os artistas de Rondônia:  Augusto Silveira,  Bado e  Zezinho Maranhão (que Zé Miguel  já rebatizou de Zezinho do Porto num show ) dividiram o  palco com a convidada Patrícia Bastos  que iniciou cantando lindamente o seu/meu/nosso JEITO TUCUJU (Joãozinho Gomes e Val Milhomem ).
Em seguida Cantando pro Mar , Cruviana, Eu sou caboca e, momento divino, em duo com Dante Ozzetti  ( voz e violão) cantaram duas músicas: uma que não se ouve sem ficar com vontade de abraçar ( Alguém Total - Dante Ozzetti e Luiz Tatit) e outra, que nos deixa com vontade de beijar Demônio de Batom (Dante Ozzetti e Joãozinho Gomes); ambas com o auxilio luxuoso de um sax  (Bibi Tauá), percussão de Paulo Bastos na caixa de marabaixo e contrabaixo de Esquerdinha.
Zezinho Maranhão
Em seguida Patrícia chamou a turma do Amazônia em Canto : o  BADO saudou la unidade latino-americana, e chamou Augusto Silveira, ( que não cantou Bazar Amazônico ) e chamou o Zezinho Maranhão. O Silveira veio e voltou, cantou Testamento em memória de Amy ,   e chamou Patricia para completar a festa dos beraderos do Rio Madeira, que cantaram juntos : Mata Cria. Tudo isso com  a participação do Bira na percussão, Rose na flauta , Alex Almeida nos teclados e Junior Lopes na bateria.
Na saída me dividir entre papear com o Zezinho Maranhão ( Oficialmente ele ainda não lançou o CD E Agora Zezinho? mas já está nas lojas) e ajudar a @ednasamaira a tietar o Dante Ozzetti e com ele conversei sobre o meu trabalho com música amazônica na educomunicação científica e ambiental .
Com minha peculiar tagarelice fui ao camarim, conversei com o Paulinho Bastos e me apresentei  à Patricia dizendo: Eu sou caboca! Tucuju. Conversei, ganhei CD autografado por ela e Dante. E assim foi a noite, “Entre Rios” mergulhei na música que me lava a alma e me deixa leve e muito mais feliz!
Tietando Patricia Bastos e Dante Ozzetti, obrigada pelo lindo show!
Tem mais fotos do show No Flickr
Em tempo: na próxima quinta-feira tem mais Som do Norte: Bado e Sérgio Souto ,no 5a. Cultural do Banco da Amazônia, no Teatro Banzeiros.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Minha história com a Nestlê

* Texto escrito originalmente em julho de 2001, para participar de um concurso cultural da Nestlê.

           Nasci no meio do mundo, em Macapá, na latitude Zero da Linha do Equador. Este é o começo da minha história de vida, que já dura mais de 40 anos. Não é fácil saber qual é a nossa primeira recordação, mas penso que ela está ligada a uma grande emoção, seja ela boa ou não.
       Recentemente, quando visitei o Museu do Catetinho em Brasília, me emocionei ao ver ali, no armário da cozinha, uma réplica da lata de leite Ninho, com o mesmo rótulo da minha infância. Porém, quando penso na mais remota lembrança da minha história com a Nestlé, me vem à mente imagens, que marcaram diferentes épocas de minha vida.
     
            Uma delas é a lembrança de meu pai juntando latas de leite Ninho , para reproduzir uma foto que já vira em um calendário: um bebê deitado diante de uma pirâmide de latas de leite. Mas lembro também dos momentos de dificuldades financeiras, fato comum nas famílias pobres (ou remediada , com dizia minha a vizinha se reconhecendo muito mais pobre)  e numerosas como a minha.
Minha irmã Rilda
 Sou a segunda de uma família de oito irmãos, minha mãe trabalhava como auxiliar de enfermagem na maternidade, a maior parte do tempo ficávamos por conta da Raimunda, uma empregada, que não era nem feia disso, nem boa daquilo, mas era muito rígida e nos impunha castigos por mau comportamento. Aos seis anos de idade já ajudava no cuidado com os irmãos menores.
         Quando a caçula nasceu, fui encarregada de dar-lhe a papinha depois do banho matinal. Raimunda amassava, num pratinho esmaltado decorado com flores, bananas com colheradas de leite em pó e Farinha Láctea Nestlé. Era uma rotina diária, que eu fazia com o maior prazer e algum temor, isto porque, assim que ela virava as costas, desafiando ao perigo de desobedecê-la, eu pegava furtivamente a lata e acrescentava Farinha Láctea ao prato, uma adição que me permitia uma deliciosa divisão: uma colherada na boca de minha irmã e outra na minha.

Atualizando: Nos dias de hoje, com tantos aditivos ( fortificantes) o leite Ninho não tem mais o mesmo sabor da infância, mas comer banana amassada com o garfo, adicionada uma generosa quantidade de leite em pó, ainda é a minha  sobremesa preferida.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vale a pena ler de novo (?)

Texto postado há exatos 3 anos, na Edicula Habitável

Bia e amiga Naty e eu lendo meu livro, enquanto espero
Fui no dia 02/07 ao show da dupla Victor & Léo. Eu nunca antes tinha ido a um show de uma dupla new sertaneja. Pelo menos não assim deliberadamente, no ano passado fui vender cachorro-quente numa promoção da minha turma da Faculdade no show de uma dupla, que até hoje tenho dúvidas se era Edson & Hudson, ou Batatinha & Cebolinha.

Se eu desafiar a minha memória, talvez seja capaz de enumerar os shows que eu já fui em toda a minha vida. Desde Rita Pavone, na mais tenra infância à Alcione, o mais recente show que fui deliberadamente, há no mínimo três anos, não devem passar de 3 dezenas.

A primeira vez que vi/ouvi a dupla Victor & Leo, não foi cantando, mas sendo entrevistados no Programa do Jô, e eu gostei da história de vida deles, engraçados, ri muito. Em dezembro do ano passado quando entrei numa loja de discos, estava sendo exibido o DVD deles, a música me atraiu, na hora decidi me dar o DVD de presente de Natal;

Há uns 4 meses, quando anunciaram que eles fariam show em PVH, sem muita convicção, falei que iria, embora me questionasse: eu não vou de camarote, não vou querer ficar na histeria coletiva no meio do povão. Ficar vendo de longe? Não seria melhor estar comodamente deitada na minha rede, os vendo no DVD???

Se eu não for, como saber? Fui. O show estava marcado para as 20hs com término às 23h (expresso no ingresso). E só começou a meia-noite e terminou 1h depois. Ou seja, exploda-se se haviam muitos idosos e crianças, esperando desde antes das 20hs.

Enfrentamos (eu e minha filha) uma fila enorme para entrar. Enquanto esperava o show começar, fiquei sentada no balcão de uma das barracas que seria de venda de alimentos/bebidas, mas que não estava sendo utilizada, e li quase todo o livro "Música seus usos e recursos", que trata do poder da música e o papel que ela já tem e que pode vir a desempenhar na vida de todos.

Por vezes tirava o olho do livro para observar o entorno: havia muita gente feia e mal-vestida. Um casal com um bebê no colo, o que leva umas criaturas a levar um bebê para um lugar desses?
          Ao meu lado um casal, resolveu passar o tempo de espera comendo, foram três cachorros-quentes e muitos refrigerantes. Com medo de perder o lugar, não arredei pé do balcão, sem falar que os preços eram aviltantes: R$ 10 pelo estacionamento, R$ 3,00 por uma garrafinha de água mineral.
          Do outro lado, outro casal, a mulher sentou e ele ficou em pé. Ofereci espaço para sentar-se, fazendo menção de recolher a bolsa e os sapatos que eu propositadamente espalhara do meu lado pra ocupar o lugar. O homem agradeceu dizendo que estar ali era castigo, e como tal deveria ficar em pé para o castigo ser maior. Ele que a toda hora consultava um aparelho eletrônico, que não sei se era um celular ultra-potente ou se uma TV portátil, mas no qual ele verificava quantas andava o jogo do Fluminense x LDU.
          As 22:30 h, um show de forró cheio de coreografias começou num salão ao lado, uma zona de sons vindo do palco e do outro ambiente. De longe eu só pensava: - se esse show começou agora significa que o outro não começa tão cedo. Os boatos que corriam era que a dupla estava fazendo show no município de Ariquemes.
          Finalmente o show começou , cansada e chateada com a falta de respeito ( nenhum pedido de desculpas pelo atraso), não me empolguei, não me emocionei. E o pior de tudo foi na saída, ver uma moça, se estrebuchando jogada no gramado, não sei se era um ataque epilético, ou uma overdose, sei que a cena foi terrível, uma amiga desesperada chorava, algumas pessoas tentando ajudar, muitas apenas curiosando, nenhuma ambulância ( não deveria ser obrigatória num evento desses que levou certamente mais de mil pessoas para o local?) e um tumulto danado na saída, que até para socorrer a pobre moça num carro comum estava difícil.




Moral da história: está por nascer a dupla new-sertaneja, que me faça sair da minha casa para ir assisti a um show.