domingo, 6 de março de 2011

Emoções eu vivi!

       Acordei cedo na perspectiva de não perder o Esporte Espetacular, meu programa favorito da TV nas manhãs de domingo. Santa Missa em seu Lar e Globo Rural que me desculpem, mas primeiro a emoção, depois a devoção e a obrigação.
        O anúncio da segunda reportagem da série sobre o Haiti, feita pelo réporter Régis Rësing era promessa de muita emoção, e assim foi a história de Maurice o garoto que correu por 6km, na expectativa de ganhar água e comida, que se resumiam a duas bananas

        Dificil compreender uma realidade tão triste como a vivida pelo povo haitiano. Não ter o que comer, nem beber!  E ainda ver serem  roubados os recursos o que resultou na suspensão de novos envios pela OEA). 

Uma coisa lembra outra: lembrei do evangelho da semana passada:     

         " Por isso lhes digo: Não andem ansiosos pelas suas vidas, quanto ao que haverão de comer ou beber; [...] Não é a vida mais que alimento, e o corpo mais do que as vestes?" (Mateus 6, 25-34)



A noite fui à missa, tentativa de reaproximação com a Igreja católica, de buscar constância na prática dos atos de misericórdia, sobretudo o que me parece mais dificil: suportar com paciência as imperfeições alheias.
      Domingo gordo, missa magra: apenas 30 pessoas na igreja, incluindo o Pe. Geraldo. Nem arrisquei soltar a voz,  com tão pouca gente, corria o risco de revelar minha voz desafinada. 
      Tentei não me dispersar, olhos fechados para sentir a música. Um dos momentos que mais gosto é o Ato Penitencial (Misericórdia Senhor), embora ache que não existe pecados, sempre me penitencio pela vaidade involuntária, e até mesmo a soberba, que muitos dizem ver em mim, e que eu justifico como sendo disfarce da timidez que me persegue.
 
Mas me dispersei, pensei em varias pessoas e situações e uma delas me fez rir sozinha. A resposta que não dei pra mamae, quando ela disse que achava que não demorava a ir ( morrer).
 "- não inventa mãe! Senão já antevejo a reação do papai: - mas ah Biata! lá vem tu! Não me deixas nem gozar as delicias do paraiso sozinho!"
 
Como uma coisa puxa a outra, ao rezarmos a consagração à Maria Santissima, lembrei de Lindanor Celina - com quem andei as voltas durante a semana, em releitura de suas crônicas (Diário da Ilha) - sempre tão devota de Maria, e ao mesmo tempo  pedindo perdão quando lhe acometia um pensamento herege.
Na homilia , o Pe. falou  nas escolhas que temos que fazer , se quisermos trilhar o caminho do bem. E exemplificou  com a estoria de um garoto, o maior de 5 filhos de uma senhora  que trabalhava   voluntariamente na festa de uma comunidade da paróquia. Compadecido das crianças ele, além de lhes dar comida, pagou 0,50 por um jogo de pescaria. O garoto voltou satisfeito, com o "peixe" que pegara: um copo , que ele levaria para tomar água na escola.

O garoto do Brasil, de RO, parecia levar vantagem sobre Maurice, o garoto do Haiti, ele aqui só precisava do copo, pelo menos água potável tem. É o que se espera. Pelo sim e pelo não, eu escolhi ir conhecer a comunidade.

2 comentários:

  1. Vânia, adoro ler teus escritos. Parece que estamos conversando. Fico feliz com a tua volta ao blog.
    Saudades !
    Tereza (Bruxelas)

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  2. Mana, hoje a nossa Bibi anda muito chorosa, talvez por que lembramos que ano passado, nesta época de carnaval o papai se fantasiou de Arruda e saiu todo faceiro na Banda, levando muitos dólares nos cós.Bjs!!

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Por onde andou seu coração?