sábado, 12 de março de 2011

Nascidos no meio do mundo


"Eu nasci no meio do mundo... " assim começa a minha apresentação nas midias sociais. De Macapá para meio mundo de lugares por onde andou meu coração,  estou domiciliada em Porto velho - RO.

No inicio dos anos 90, recém-chegada a Porto Velho, num salão de beleza, ao comentar que eu nascera em Macapá, uma senhora arregalou os olhos e exclamou em alta voz: - meu Deus! Eu nunca antes conheci alguém que tenha nascido em Macapá. Eu me senti uma ET.

Na Macapá de minha infância, eu sempre ouvia falar na AVRA, a Associação dos Vigienses Radicados no Amapá. Quando faziam festas em sua sede (na rua Odilardo Silva, próximo a Feliciano Coelho), o som da aparelhagem se propagava pelo ar e chegava até a minha casa a quatro quarteirões dali. Só quando mudei p/ Rondônia pensei ter entendido o completo significado de estar radicado em outras paragens que não a nossa terra natal.

Nesta Rondônia, terra de migrantes, suponho que somos poucos para formar uma Associação dos Amapaenses Radicados em Rondônia (AARR) mas muitos o suficiente para não causar tanto espanto. Os conterrâneos Tucujus que eu conheço ou sei que migraram para estas “...paragens do poente” não passam dos dedos das mãos:
(1)Francisca Dias e (2) Ana Karina Salman Dias ( mãe e filha) ; (3) Fernando e (4) Alberto Jorge , os irmãos Elarrat Canto; (5) um Guedes , primo da Kiara e do Nivito; que conheci no show do Zé Miguel; (6) um Picanço, irmão de minha colega Beth Picanço; (7) uma professora da UNIR que em entrevista pra uma TV disse ser amapaense; (8) a proprietária de um pequeno comércio, que por terceiros eu soube ser conterrânea; (9) a professora Margareth, que já nem sei se ainda mora aqui. Viu, não deu 10 !


No meu twitter @webeatriz, vivo propagando minha condição de amapaense , mas nunca um RT de um conterrâneo. Se não encontrei amapaenses, percebo que a república mineira está cada vez mais forte, pelo menos no meu local de trabalho. Isso me leva a pensar em reivindicar minha cidadania mineira, com base nos 2 anos que morei nas Minas Gerais , os dois cunhados que moram lá e meia dúzia de amigos que por lá deixei.


Em contribuição ao plano de viagem do @fredperillo , mineiro gente boa (Dizer que mineiro é gente boa é redundância ) que quer ir conhecer Macapá, levando suas oficinas de mídias sociais. Recomendo que ouça Patrícia Bastos cantando “Jeito Tucujus” e se familiarize com o vocabulário local. Ai vão algumas dicas*:


  • Loba = mentira . Se um macapaense lhe disser que na ponta do trapiche você pode ver a pororoca. Ao invés de dizer : mentira!! (como quem duvida) diga apenas: "looooooobaaa", ele vai se tocar na hora.
  • Nike = levar um fora. Se alguém te deu um fora ( ou passa fora ) vc levou um nike.. Expressão acompanhada do gesto da marca nike.
  • FOLEEEEGO!!! – usada para expressar admiração por alguma coisa ou fato. Equivale ao Nossinhora! de mineiro.
  • LOGO - usada , ao final de uma frase , como reforço a qualquer coisa. Ex: mais feio, logo!
  • " Não... é pão!" = duvido! Empregado para se colocar em dúvida algo que o interlocutor afirma com convicção. Ex: - Não te preocupa, eu vou usar teu carro, mas não vou sujar.  - não ...é pão!”
  • Gala seca = otário, imbecil.
  • Égua! em  alguma situação corresponde ao Uai! 
* Girias extraídas de uma comunidade no Orkut, mas os exemplos são meus.

Um comentário:

  1. A Jane Maria tem o orgulho de dizer que nasceu e mora no meio do mundo, mais propriamente no bairro Jardim Marco Zero. Chique ela!
    A AVRA não existe mais, pelo menos não no antigo prédio onde funcionava a associação. Lá continua a ter festas, mas com um outro nome Largo da Madeira. Agora me deu curiosidade de saber esta história.Vou investigar.
    Agora quanto a AARR, quem sabe uma comunidade no orkut, não?!
    Bjs mana e um bom final de semana pra você!

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