sexta-feira, 20 de maio de 2011

O filme da vida

     Não se fala em outra coisa no twitter: o mundo vai acabar amanhã! Eu só espero que a gente não se acabe junto.
      Mas a propósito do assunto, lembrei que outro dia, em pleno restaurante, eu e minha filha mantivemos uma conversa que iniciou quando lhe contei a seguinte história.
     Na noite do dia em que meu pai foi enterrado, eu havia saido no carro dele. Quando retornei, coloquei a chave no lugar habitual: na estante da sala, e fui para o quarto. Mais tarde, passei pela sala e fui até o quarto de mamãe verificar se ela já estava dormindo. A porta do quarto aberta, mas mamãe não estava lá, quando dei meia-volta senti um impacto, como se tivessem atirado algo nas minhas costas. Olhei e o que vi me arrepiou, era a chave do carro de papai caida no chão.
     Corri para o quarto de minha sobrinha e contei a história de modo zombeteiro, dizendo que era arte do papai. Com ar assustado, minhas sobrinhas Bruna e Beta,  apresentaram várias possibilidades para o episódio, menos acreditar que papai recém-sepultado já estaria fazendo visagem!
- Tia, tens certeza de que deixastes a chave na estante? Não estava no teu bolso?
- Eu acho que a Sra. levou a chave p/ o quarto e ela ficou presa no seu cabelo!
     Suposições plausiveis, mas não justificaveis como a chave bateu em minhas costas e caiu?

     Foi assim, que eu e minha filha, nos divertimos, enumerando situações vividas e não compreendidas, em que pediriamos o pause e replay no filminho da vida (aquele que, dizem, passa em segundos na hora da morte), para explicar exatamente o que aconteceu.
     Minha filha disse que pediria pause ou slow motion  na cena em que uma blusa que acabara de ganhar de presente sumiu misteriosamente de casa; bem como, queria saber quem foi o autor do roubo de um cheque que eu deixara para o pagamento do aluguel em Viçosa. Como o ladrão entrou no apartamento e  só roubou justamente o cheque guardado em uma gaveta? se pergunta ela até hoje!
     Já eu, além do mistério da chave, pediria para rever a cena em que misteriosamente sumiu do auditório do Hotel Vila uma pasta com dezenas de questionários respondidos por produtores rurais em uma semana cansativa de trabalho. Dados de pesquisa irremediavelmente perdidos!
     Também voltaria o filme no dia em que fui assaltada em Belém: o ladrão meteu a mão no meu pescoço e levou o cordão de ouro. Mas e a pedra ametista? Ele teria levado junto ou ela caiu e no susto eu nem lembrei de procurá-la? E meu berloque, cachimbo de pau-de-angola, que perdi no Rio de Janeiro, teria ido para o esgoto ou ido parar nas mãos de alguém que ainda o usa até hoje?
     Depois rimos muito ao nos dar conta que esclarecer esses “mistérios” não mudaria em nada nossas vidas, mas mataria nossas curiosidades!

2 comentários:

  1. Ah esses mistérios...realmente coisas inexplicáveis, que fazem a gente ficar matutando, matutando e não temos resposta.
    Mas eu concordo com você, se é para o mundo acabar hoje, a gente é que fique.

    Bom findi!
    Ah passa lá na minha pavulagem pra ver qual a foto do desjejum sorteada.

    Bjks

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  2. Mana, eu gostaria de voltar(consciente) ao momento em que na sala de cirurgia para operar a vesícula, o anestesista se aproximou e disse: dona Rosany já vamos começar. Daí em diante não tenho nenhuma lembrança, até o momento em que uma enfermeira me chamava dizendo que já havia terminado a cirurgia.Apaguei de tal forma que nem vi a cara do médico operador. Bjs!!

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Por onde andou seu coração?