terça-feira, 1 de março de 2011

Das esquinas por que passei

       Eu nasci no meio do mundo. Nasci “ ...na esquina do rio mais belo , com a Linha do Equador” com diz o belo verso da canção de Zé Miguel (Meu Endereço).

       De verdade mesmo, nasci em uma casa de esquina, na rua 1º. de Maio com a Jovino Dinoá, no bairro do Trem, pelas mãos de “Mãe Luzia” a parteira de toda uma geração de macapaenses. 

              Depois, destinado ao uso comercial, meu local de nascimento foi por muito tempo chamado de Casa Sacramento, tendo em suas vizinhanças a Casa Lua e a Casa Estrela. Os comércios sempre preferiram as esquinas.
             
          Quando mudamos para a Av. Dr. Acelino de Leão, onde se edificou a casa na qual passei grande parte de minha vida, continuamos vizinhos de importantes esquinas, com comércios das famílias Colares e Goés principalmente.
          Depois do Mercado da 1º. de Maio, tinha a Casa São Luiz, do Sr. Luiz Góes, do outro lado da rua tinha o comércio do Sr. Raul Colares. Na esquina de minha rua mesmo só havia um comércio, a Casa Alvorada, acho. Foi nela que um dia quase morri atropelada por um carro oficial do Governo do Amapá.

         Em tempos em que era raro papai soltar uma  nota de 1 cruzeiro. Naquele dia, ele deu uma nota, que deveria corresponder a 5R$. Empolgada, corri  para ir "comprar bombons" na mercearia da esquina e não vi o deveria ser um Opala preto, que passou por mim tão de raspão, que o vácuo me jogou ao chão.

           Antes de atravessar a rua , tínhamos casa de D. Miguela, com uma varanda tão cheia de plantas que quase não víamos a casa, do outro lado a casa da Neiva, que antes dela era o lugar preferido para festas de aparelhagem, por ter um grande salão, parecido com o de escolas do interior. Em seguida tinha o dançará da D. Maroquita e na esquina da Jovino c/ a Praça da Conceição, o bar do turco Chafic.


           Nas esquinas do outro lado, nada de comércio. Tínhamos a casa da família Redig. Do outro lado, na casa onde hoje mora o Dr.Clodomir, morava o Sr. Irineu. Não sei se ainda tem, mas diante da casa havia uma árvore que dava belas flores brancas.
         Quando  seu Irineu morreu, ouvi uma vizinha comentar: - então é verdade que essa árvore é de mau agouro, quando ela cresce e passa do telhado da casa o dono dela morre. Nunca mais eu desejei ter uma daquelas na frente de casa.

Um comentário:

  1. Mana, faltou lembrar das esquinas pro lado do Amazonas. Na frente da Junta Militar tinha o comércio do seu Sabá, onde o Rico foi seu caxeiro. Hoje o Ivan, filho do Sabá, está à frente do empreendimento, que virou o Banco do Fuxico, ponto de encontro de muitos apreciadores da loira gelada.
    Ao lado da junta tinha a mercearia do pai da Glória, que eu queci o nome dele. E do outro lado da Junta tinha a venda da Bananeira. Cujos filhos diziam quando alguém chegava lá: - Mãeee, tem gente! Bjs!!

    ResponderExcluir

Por onde andou seu coração?